Ministro diz que excesso de dinheiro atrapalha
Com a licença de nosso colunista especialista em política, Helder Caldeira, vou meter meu nariz nesta piada do dia. O Ministro das Comunicações (com trocadilho, por favor) Paulo Bernardo disse ontem, ser praticamente impossível não ter problemas num órgão como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com seu orçamento bilionário.
Nas palavras do ministro: “O Dnit tem um orçamento para este ano que deve ser na faixa de R$13 bilhões. Então, você supor que não tem nenhum problema é prever coisa quase impossível. Sempre tem problema”.
Vou traduzir de forma mais clara o que disse o ministro Paulo Bernardo. É impossível não ter roubo ou desvio de verbas no Dnit, afinal de contas estamos falando da gestão de R$13 bilhões de reais, é muita tentação né gente, convenhamos!
Enfim, esse é o Brasil de ontem, das capitanias hereditárias, dos favores do rei, dos feudos, e também é o Brasil de hoje, o Brasil da contínua e contumaz roubalheira. Roubamos porque dinheiro demais, como disse o ministro nas entrelinhas, atrapalha.
Concordo com o ministro. Os pobres não passam por este problema, por isso são honestos, queria saber se pobre tivesse dinheiro se ele deixaria de roubar? Pela teoria do ministro inevitavelmente o pobre cairia em roubo. A questão não é de ordem moral, posso ou não posso roubar, a questão é de volume de recursos, onde tem muito, muito problema e muito roubo, onde tem pouco, pouco problema e pouco roubo.
Solução: tirem o dinheiro (leia-se: recursos) deles!
Eh, de certa forma o ministro Paulo Bernardo cantou a pedra para solução do Brasil... bingo! Vamos tirar todo o dinheiro do governo e distribuir diretamente à população, criaríamos assim o bolsa-estrada, e aí todos os brasileiros poderiam por conta própria construir e reformas as estradas de interesse de sua cidade, afinal, com tanto dinheiro nas mãos do governo (R$13 bilhões!) “é impossível não ter problema algum, sempre tem problema”.
É muita cara de pau não é? O Dnit é vítima de seu próprio orçamento, pasme você! O Estado brasileiro é igual a um drogado que diz para sua própria família, “não me dê dinheiro não, pois se me der eu compro mais droga”. Tiremos então, o dinheiro do Estado!
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