A alegria voltou às quadras: Djokovic

Sou de uma geração de tenistas formada em meio ao sucesso de Gustavo Kuerten, o nosso querido Guga. Quando Guga explodiu em 1997 eu estava começando a retomar o gosto por jogar nis. Ainda morava em Areal, e jogávamos na belíssima quadra da fazenda da Golden Cross.

Em 1999 mudei-me para Três Rios e comecei a frequentar o SESI, e estamos até hoje, com muito prazer. Portanto, junto com meus amigos tenistas vivemos a fase áurea do Guga, lembro-me até hoje ter visto a final de 2000 em Roland Garros na casa do amigo Tonhão, uma vitória inesquecível de Guga sobre Alex Corretja, espanhol.

Guga sempre foi a alegria do tênis, tanto dentro quanto fora das quadras. Aquele esporte até então geralmente praticado por figuras sisudas, foi invadido e tomado pela simpatia contagiante de Guga. Na época em que Agassi e Sampras era o grande desafio das quadras, nosso Guga meteu o seu nariz na parada e fez muito sucesso, chegando a ser o número 1 do mundo em 2000.

Depois que Guga se machucou em 2001, salvo engano, o tênis internacional ficou órfão de alegria nas quadras, tempos de marasmo se instalou. Roger Federer – que tanto admiro – nunca chegou aos pés de Guga em simpatia, chega a ser tímido. Rafael Nadal, que é da geração mais nova é um jogador e uma pessoa educada, porém, longe, muito longe de ser carismático.

É aqui que entra Novak Djokovic, o Nole, o sérvio campeão de Wimbledon 2011. Nole é a simpatia em pessoa, quem curti o tênis sabe do que estou falando. Aliás, é entrar no youtube e ver a quantidade de vídeos engraçadíssimos perpetrados por Djokovic. Ele é daqueles que consegue imitar os trejeitos e tipos de todos os tenistas, e está sempre a fazer tiradas fabulosas.


Nas quadras, Nole tem sempre um sorriso para os jovens pegadores de bola, generosos autógrafos, um aceno para torcida e um gesto de elogios a uma jogada bem feita pelo adversário. Do outro lado há um adversário e não um inimigo, assim é Djokovic, de bem com a vida aos 23 anos de idade. 


Nole, de fato é a alegria do circuito e por justíssimos méritos o NÚMERO 1. E ademais está a jogar uma barbaridade. Sei que os seguidores de Nadal – que são a maioria no SESI de Três Riosnão vão gostar, mas Nole simplesmente atropelou o Nadal na final. Tive o prazer de ver o jogo e realmente o miúra (apelido de Nadal) pouco pode fazer para evitar o triunfo do sérvio. A vitória de Djokovic sobre Nadal, domingo, nos fez matar um pouco a saudade de nosso Guga e de sua simpatia e sina de campeão, enfim, a alegria voltou às quadras! Dá-lhe Nole!

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