Sou presidente do MCA (movimento dos caminhantes da Beira-rio) e nesta condição venho encarecidamente protestar contra os ciclistas da nova ciclovia (será mesmo só deles?). Eles estão se achando... veja você que a maioria dos caminhantes da beira-rio está preferindo andar na “ciclovia” – coloco assim entre aspas – porque ainda não engoli esta história de “ciclovia”... ora lá, também tenho direito de andar naquela pista.
Hoje mesmo fui caminhar, e por evidente, em alguns trechos tive que andar na pista da “ciclovia”, até que um “elegante” ciclista parou atrás de mim, e da minha esposa, e vociferou: - meu camarada, to querendo passar, como é que eu faço? Olhei para o lado, e restava uma grande passagem para ele, todavia, o “cidadão” queria passar justamente no meu lugar, ou sobre mim, quem sabe, foi quando então, entendi, ele estava era puto porque estávamos caminhando na “ciclovia” dele.
Os ciclistas da beira-rio são iguais aos taxistas de Três Rios. Tente você caro leitor parar por uns segundinhos que seja em um ponto de táxi da cidade, ainda que totalmente vazio você corre o risco de ser agredido por eles, afinal eles são os “donos” do ponto. E agora ainda piorou, tem os moto-táxi também, estes então, passam a moto sobre você caso ouse, se atreva, a parar momentaneamente em suas vagas. É literalmente a guerra na ocupação do espaço público! Três Rios cresce, os problemas também, sigamos...
Pois muito bem, na beira-rio também está ocorrendo isto com os ciclistas, eles estão se achando os “donos” da “ciclovia”, chego a temer pela vida dos caminhantes que estão desprevenidamente “invadindo” a pista. A coisa não vai acabar bem. Afinal, os atrevidos caminhantes – os quais são representados pelo MCA – são compostos de idosos, crianças, adultos, adolescentes, pais e filhos que sem terem opção acabam por caminhar ainda que por segundos ou minutos na “ciclovia” deles, os poderosos ciclistas.
Qualquer caminhante da beira-rio sabe muito bem que a chamada “ciclovia” está ociosa, para cada 20 (vinte) caminhante dois são ciclistas, de maneira que a “suposta ciclovia” será muito melhor aproveitada se dividida de forma harmoniosa com os caminhantes, é um absurdo deixar a “ciclovia” como monopólio dos tresloucados ciclistas. É uma minoria esmagando a maioria, neste sentido é que procede este manifesto veemente do MCA.
Conversando com minha esposa, que estava caminhando comigo quando fomos ameaçados pelo ciclista, pensamos que talvez fosse necessário colocar uma placa na beira-rio avisando que nos horários de pico a “ciclovia” também possa ser utilizada como pista de caminhada. Eis aqui uma reivindicação que me parece justa do MCA, ou seja, partilha amigável da “ciclovia” para os ciclistas e caminhantes.
Sinceramente, temo por um atropelamento grave de caminhantes na beira-rio, fato já debatido no MCA. Eu mesmo já presenciei em várias oportunidades o risco de atropelamento de caminhantes por ciclistas, afinal eles estão se achando os “donos” da “ciclovia”. É preciso que alguma autoridade intervenha a favor dos caminhantes, afinal somos a maioria e mais, somos eleitores e cidadãos tanto quanto os “poderosos ciclistas”.
Você leitor, se junte a nós e venha fazer parte do MCA (movimento dos caminhantes) da beira-rio, defenda nosso direito de não ser atropelado na “ciclovia”, impunemente, pelas bicicletas assassinas!
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