Santos é tricampeão



Em nome de Ganso, Neymar e companhia, sublimei minha mágoa com Muricy, e fui assistir Santos 2x1 Peñarol. Santos tricampeão e Muricy ganha seu primeiro título da Libertadores. O que Muricy fez com flu é muita sacanagem, mas a vida é assim, se ficarmos acumulando só mágoa o coração não aguenta e estoura, ou ficamos azedos de tanto acumular rancor. Vida que segue. Taí sublimei viva Muricy a sua nova vida e seja feliz no Santos, somos gratos pelo tricampeonato brasileiro.

Na função que Ganso exerce em campo, vi Falcão jogar vi Sócrates, vi Raí, são os que me lembro no momento, mas, não me lembro ter visto em nenhum destes craques o estilo único de Paulo Roberto Ganso, ah, em tempo, não vi Gérson “o canhotinha de ouro” jogar. Com o Ganso o que literalmente anda é a bola, ele, pouco corre, porém, a sua eficiência é espetacular. Toques sempre de primeira e com uma visão e perfeição fantásticas. No lance do primeiro gol, ontem, o passe de calcanhar para arrancada espetacular do Arouca, foi dele, o maestro Ganso.

Ganso é a elegância no trato com a bola, que de tão encantada o reverencia correndo por ele como uma louca. A bola é uma apaixonada por ele.

Ganso é o Roger Federer dos campos. Federer corre em média 40% a menos que todos os demais jogadores de tênis, seus jogos costumam demorar a metade do tempo dos jogos de seus oponentes. Com o Ganso ocorre à mesma coisa, ele corre 40% a menos do que os jogadores de seu time e joga 100% a mais do que qualquer um, exceto, Neymar é claro. Com uma matemática desta nada mais merecido que o Santos seja tricampeão.

Pelé deve estar muito feliz, eu também. O Rei estava ontem no Pacaembu e viu o seu Santos jogar uma partida de gala. Aliás, aquela jogada do Arouca me fez lembrar que o flu perdeu esta sua cria para o São Paulo em 2006, quando não soube ou não quis por incompetência, renovar o seu contrato. Ontem ele mostrou, e vem mostrando, a grande perda que o flu teve. Em Xerém é assim, a gente cria craque gastando muito e vende craque ganhando pouco, é a engenharia tricolor, uma engenharia fadada à falência.

Hoje mais do que nunca, é justo cantarmos a marchinha do Santos que fala do “leão do mar”, e que não é seu hino oficial, todavia é maravilhosa: “Agora quem dá bola é o Santos,/ O Santos é o novo Campeão,/ Glorioso Alvi-Negro praiano,/ Campeão absoluto desse ano,/ Santos sempre Santos,/ Dentro ou fora do Alçapão,/ Jogue onde jogar,/ És o leão do mar,/ Salve o nosso campeão.”

Que venha o Barcelona em dezembro, será o jogo do século XXI.

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