Os pés de Virginia

Moacir era um namorador irremediável. Pegava todas, e não se apegava em nenhuma. Com algumas até tentava namorar, mas a sua aptidão era “ficar”. Bonito, jovem, sarado, inteligente, meigo e de fácil conversa, Moacir era desejado por todas as mulheres de sua área. Era uma tarde de sábado, Moacir saía de uma quadra de esportes junto de seus colegas de futebol. Vinham batendo papo, rindo às gargalhadas, comentando os gols feitos, perdidos, e os frangos de Xandão, goleirinho ruim que nem só ele. Tudo estava transcorrendo sem maior destaque ou lembrança especial, até que Moacir viu a aproximação de Virginia. Virginia era uma belíssima jovem, de família conceituada em sua cidade, de estatura mediana, lindos cabelos curtos e louros, e o que até então Moacir não notara: pés lindos. Virgínia estava de bicicleta, short curto, pernas torneadas, usava uma havaiana slim alva e as unhas dos maravilhosos pés pintadas com o esmalte cor renda. Eles já se conheciam mas, não se notavam. Virgínia paro...