OS GPS da minha vida


Não sou um expert em tecnologia, minha geração foi colhida pelos avanços tecnológicos ao revés de crescer junto com eles. Todavia, também não sou cego de tudo, digamos então, sou um míope (literalmente) Por exemplo, já fui a São Paulo algumas vezes de carro (prefiro ao avião), não obstante serem mais ou menos seis horas contra quarenta e cinco minutos, fazer o que, prefiro as seis horas em terra firme, com direito a paradinhas no restaurante Graal, situação que o avião não me permite, pelo menos os da ponta aérea, que eu saiba.

Preparava-me certa feita para ir a São Paulo de carro mais uma vez. Conversava com um amigo que me mostrava num mapa (de papel), qual era a melhor forma de entrar em São Paulo pela Marginal Tietê. O gordinho Makris (para alguns “beiçudo” e para outros “bundudo”) se aproximou de nós e disse: − pera lá Roberto, usando mapa de papel, compra um GPS meu camarada. Acorda!

Na hora o gordinho me fez pensar. O grego é falador, mas acho que desta feita ele tem razão (saudades da sarinha...). Pesquisei na internet e comprei um GPS da Revista Quatro Rodas, da Editora Abril. Programei-o e fui a São Paulo pela primeira vez com um GPS, em outubro agora.

Uma maravilha entrei em São Paulo tirando onda, e ainda poupei minha esposa (coitada!) daquele sofrimento de ir lendo o mapa e as referências para mim. Entramos em São Paulo ouvindo música no rádio e batendo papo, naturalmente, sem os pânicos de outrora. Hoje, sou um fã do GPS.

Esta semana, por exemplo, fui a um congresso de Direito Tributário em São Paulo, e novamente levei o GPS, tudo certo, tudo tranquilidade, exceto na saída do hotel quando o danado ficou sem funcionar por alguns segundos (que eternidade!), e nós ficamos perdidos por segundos na Alameda Santos, no lindo bairro da Bela Vista. Cheguei a lembrar das viagens de outrora. Foi terrível. Sou um GPS dependente.

O GPS só dizia assim, “sinal de GPS fraco”, “recalculando rota”, enfim, eu já estava até com dor de barriga, e minha esposa como sempre ponderou: − calma amor, já já ele funciona. E não é que ele funcionou mesmo. Tanto funcionou que estou aqui escrevendo esta crônica para você, leitor do Três Rios Online.

Na verdade escrevi o que escrevi acima, para dizer a você algo que quero dizer a ela. O melhor dos GPS que tenho na vida é a minha mulher. Só agora, após conhecer o GPS da Quatro Rodas é que fui dar o verdadeiro valor ao meu GPS de todos os intantes: Nasta, meu amor. Sem ela minha vida é uma desorganização total, nada funciona. Sem ela o “meu sinal está sempre fraco”, e quando ela se distancia de mim eu fico sempre “recalculando rota”. Não só eu, como minhas duas filhas também. Tudo aqui em casa gira em torno dela, nosso GPS, minha querida GPS.

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