RW o escriba

Minha adolescência foi marcada por um período áureo do meu Fluminense. Vi jogar no maracanã a geração do tri-carioca, 83/84/85 e do bi-brasileiro em 1984. Praticamente, quase todo final de semana ia ao maracanã. Tinha um amigo no Rio – querido Cláudio, que infelizmente já morreu – e eu ia para casa dele em Marechal Hermes, e após seguíamos de trem para o maraca, pura loucura. Uma delícia! Vi dezenas de partidas do Flu de: Assis, Washington, Romerito, Branco e RICARDO GOMES. Não havia zagueiro mais elegante e clássico do que Ricardo Gomes. Se hoje falamos em Thiago Silva “o monstro”. E “Dedekembauer” no Vasco, naquela ocasião falávamos no talento de Ricardo Gomes. Como sempre, exemplar fora e dentro de campo. Sua vida no flusão foi repleta de títulos e glórias. Encerrou a carreira e foi para França (não haveria país mais adequado), ser técnico de futebol, novamente bem sucedido. Em certa fase de sua carreira de treinador Ricardo Gomes foi contestado, muitos falavam de seu estilo com...

Não tenho lembranças de episódios de briga corporal em minha vida. Sempre fui um adolescente calmo, até mesmo cagão, evitava ao máximo me envolver em confusões físicas. Sempre articulei muito e briguei nada. Vi muitos de meus amigos saírem na porrada a troco de nada, perseguições bobas, disputas sem sentido, e tome porradaria, porém, passei incólume por esta fase. Em duas oportunidades, eu cheguei a pensar que ia entrar na porrada, foi no Colégio Estadual Mariano Procópio em Areal, todavia, nestas ocasiões para minha felicidade, meu irmão mais velho estava por perto – Marco “minotauro” – e desferiu golpes mortais contra os dois desafetos, em ambas as situações. Meu irmão não era brigão, porém, não temia um confronto físico, ao contrário de mim. Eu sempre tive pavor a entreveros físicos. Não procurava briga, e mesmo sem procurar quando as encontrava, saía de fininho. Também convenhamos, nunca tive porte para tanto. De maneira          ...

Era difícil imaginar um baile , uma boate , uma danceteria da década de 80 e 90 onde não estivesse rolando um som do grupo noruegues " a-ha", era obrigatório . Música para se ouvir , namorar , dançar , bater um bom papo , " a-ha" é aquele tipo de música que te permite conversar com a pessoa amada ou com os amigos . É neste clima fraterno que assisti o DVD, “ The final concert – a-ha live at Oslo ”, hoje à noitinha . Que show lindo , emocionei-me ao ouvir baladas como : the Sun always shines on TV; the blood that moves the body; scoundrel days; stay on these roads; hunting high and low; crying in the rain; i've been losing you; cry wolf; the living daylights e take on me , que foi eleita para fechar o show com chave de ouro . Foi muito bom ver Pal Waaktaar-Savoy e seus companheiros de grupo repletos de saúde e energia , transparentemente saudáveis . Dá uma sensação legal de continuidade na vida . Coisa b...

O livro " Tropeço nos trópicos ", de Michael Kepp, editado pela Record é uma obra prima de crônicas. Michael é ao mesmo tempo um gringo brasileiro - já mora aqui há mais de 18 anos - que consegue ser hilário, emocionante, confessional, tudo ao mesmo tempo e com um tom que não desafina. Michael faz de qualquer detalhe - repito, qualquer detalhe - algo eloquente e engraçadíssimo.  Em outras passagens, tira de fatos tristes conclusões edificantes, sempre sem perder o tom. Pelo que pude entender este é segundo livro de Michael lançado no Brasil, e pelo jeito virão tantos outros, não é todo dia que podemos ler crônicas com tanta inspiração assim, não são em vão os elogios lançados por Veríssimo, Ruy Castro, Moacyr Scliar, ao autor.

No começo era uma simples inclinação para o desenho , no entanto , com o passar dos dias e dos anos foi se consolidando uma vocação nata para as invencionices de Pablo. De jovem talentoso a arquiteto formado pela Universidade de São Paulo. Pablo ademais se destacou na universidade pela habilidade com os traços e o forte engajamento pelas causas sociais. Comunista convicto, Pablo viveu intensamente o seu tempo. Sua geração transcorreu em meio a um período conturbado da história política brasileira e mundial. O mundo de então era dividido entre esquerda e direita . Pablo era de esquerda . Nunca se manifestou sobre sua opção religiosa , nem se dizia ateu nem crente e muito menos agnóstico , não se ligava nessas coisas. Ao contrário, seus amigos formaram em grande parte uma geração de ateus , traço natural dos comunistas que viviam embevecidos com as lições de Karl Marx para quem a “ religião é o ópio do povo ”. Pablo vivenciou isso t...

Lanzini em ação É hora de relaxar . Três notícias ou acontecimentos recentes provocam a minha atenção , pela ordem : a estréia de Lanzini ontem no flu, a ausência de Fred no mesmo jogo e a convocação de Ronaldinho Gaúcho por Mano Menezes. O argentino Lanzini de apenas 18 anos , chamado de “a jóia ” pelos torcedores do River Plate, estreou ontem no Fluminense contra o Figueirense, em grande estilo . Abel Braga assim justificou a surpresa escalação: - “Resolvi mudar ( substituir Souza por Lanzini) para dar consistência . O Lanzini é mais agudo do que o Souza. Ele é atrevido , leve , rápido , tem um estilo muito parecido ao Deco, Conca. Acho que estamos precisando disso um pouco , sair do previsível.” Até que enfim o abelão acordou. O garoto argentino deu outro pique ao meio campo tricolor , saiu a obviedade do Souza e entrou o talento do menino , que errou pouquíssimos passes , finalizou diversas vezes a gol , cobrou falta ...

Começa hoje (16/08) em Madri, na Espanha, a Jornada Mundial da Juventude 2011, com a presença do Papa Bento XVI. As jornadas foram fundadas por João Paulo II e consubstancia um momento feliz de encontro entre a juventude de todo o mundo e o Santo Padre . A Igreja se faz ainda mais fértil após esse fantástico encontro . Na minha juventude não vivenciei esta experiência ( até porque ainda não existiam), mas sinto-me feliz em ver que boa parte de nossos jovens ainda vislumbram a importância da religiosidade em suas vidas . Professor Felipe Aquino escreveu em seu blog que : - Um mar colorido invade Madri para celebrar a festa da juventude .   Por onde se anda é possível ver grupos com camisetas amarelas, vermelhas, azuis, verdes , além de bandeiras de vários países , gritos de louvor e, é claro , muita disposição para expressar uma fé viva . Hoje , propriamente dito , começam as entregas de credenciais e vár...

foto ilustrativa Participei esta semana do “VII Fórum Brasileiro de Controle da Administração Pública ”, no Rio Othon Palace no Rio de Janeiro . Excelente evento , como tudo que é organizado pela Fórum Editora de BH. Destaco para você caro leitor , a palestra do Desembargador Jessé Torres Júnior do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro . O conhecido escritor , magistrado e palestrante tratou do tema , “O Controle jurisdicional da administração ”. Com seu humor e inteligência fina , o Desembargador Jessé trouxe à tona questões que também me preocupam como professor e operador do Direito , qual seja, a inexperiência no exercício do mister público de julgar . Segundo o Desembargador para se ingressar na magistratura há tempos atrás era necessário ter a idade de 35 anos , pois se pressupunha que a partir desta idade o candidato teria acumulado alguma experiência de vida , além por óbvio , de dominar a técnica juríd...

A UCP está realizando em Petrópolis a sua “XV Semana Jurídica ”. Hoje (09/08) foi meu dia de lecionar lá , de maneira que aproveitei a oportunidade e fui assistir ao “minicurso”, “O princípio constitucional da afetividade e as famílias contemporâneas – na visão dos tribunais ”, brilhantemente conduzido pela professora Márcia Muniz. Não tenho qualquer proximidade com o Direito de Família , todavia , fiquei encantado com a palestra , apesar de não dominar a linguagem deste ramo do Direito . Feliz tive ao meu lado o professor Rohling, perto de quem , tudo fica mais interessante. Assisti com ele a maior parte da fala da professora Márcia Muniz, e pude compreender , pelo menos um pouco , como o Direito de Família tem evoluído para disciplinar um mundo melhor . Saí otimista da palestra e depois fui almoçar com o amigo Alexandre Aldiguiéri, uma companhia encantável. Falamos de tudo , e muito sobre os afetos . Os afetos nos salva...

Eleonora era uma mulher linda . Contava trinta e cinco anos , quatro filhos , mas ainda mantinha o corpo escultural , totalmente delineado a base de muita malhação e dedicação. Era uma mulher pós-moderna. Profissional respeitada e literalmente um mulherão. Porém , Eleonora nutria em si um grande incômodo : seus seios eram flácidos . Também pudera depois da quarta gravidez isso era absolutamente normal . Vaidosa e ciosa de sua beleza , Eleonora detestava ver a adiposidade de seus seios . Marcelo, seu esposo desde o primeiro beijo , nem ligava (será que não ?) para aquilo que a chateava. Pensava consigo : ─ tenho muito que admirar no corpo de minha amada , porque me ateria à exceção ? Todavia , Eleonora não pensava assim . A mulher se vê com o olhar de outra mulher , e não com o olhar masculino , geralmente relapso e distraído , superficial , diga-se. O homem vê o bruto , a mulher o detalhe , Eleonora não era diferente ....