O sentido do Natal


Deus nasceu num estábulo não para termos todos os anos um lindo presente aos pés da árvore de Natal. Temos de arranjar uma maneira de nos lembrarmos sempre de que Jesus não nasceu em Belém para nos proporcionar um dia de comemoração todos os anos. Deus veio à terra com uma única finalidade: salvar almas.

Nós, a quem Deus ama tanto, estávamos perdidos para Ele por causa do pecado. Mas Ele não nos deixou ir embora sem mais nem menos. O Senhor estava disposto a fazer fosse o que fosse para nos fazer regressar ao caminho de Deus.

O plano divino é fantástico. Deus veio em nossa busca. Quis nascer como uma criança vulgar e morrer como qualquer outro homem. Com a sua vida e a sua morte, pagou o “preço” pelos nossos pecados e obteve as graças de que necessitávamos. Tirou-nos do plano inclinado em que nos encontrávamos e colocou-nos novamente no caminho do Céu.

Efetivamente, o verdadeiro significado do Natal é o inacreditável amor que Deus tem por nós. Esta é a mensagem que o Menino Deus nos dirige a partir das pobres palhas entre as quais nasceu.

Papa Bento XVI contemplando o presépio
Como diz Leo Trese, “É muito importante para nós lembrarmo-nos de que é o aniversário de Jesus que comemoramos no Natal, não o nosso. Milhões de pessoas pensam: “O que eu quero para o Natal?” Muito poucas pensam o que realmente se deveria pensar: “O que Jesus quer no dia do seu aniversário?

Será que estamos entre os que fazem esta última pergunta?

Se amamos Jesus o suficiente para fazer essa pergunta, com certeza já conhecemos a resposta: “Quero almas”, grita o Menino da manjedoura. “Para isso vim e para isso nasci. Por favor, por favor, dêem-me almas”.

A primeira alma que Ele quer é a nossa. Mas, essa já lhe demos. Amamo-lo. Procuramos viver em estado de graça. Fazemos oração com regularidade, frequentamos os sacramentos e assim crescemos no amor de Jesus.

A nossa alma é com certeza um belo presente para levar ao Menino. Mas quem gosta de ganhar apenas um único presente de Natal? Não esperamos encontrar mais de um embrulho com o nosso nome em baixo da árvore na manhã de Natal? Jesus também merece mais presentes. Já lhe demos a nossa alma. Com certeza, quereremos ser generosos e dar-lhe outras almas.

Como faremos isso? De muitas maneiras. A primeira e mais simples de todas consiste em rezar todos os dias pelos pecadores e pelos que não têm fé; melhor ainda, pôr esta intenção sempre que digamos uma oração. Se ainda não o fazemos, podemos começar já. Também podemos rezar de uma maneira especial pelas missões, pelo trabalho dos missionários e pelas nações onde trabalham e também pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, pelo Bispo de nossa Diocese, Dom Elias, e pelos Padres de nossa Paróquia. Oração é sempre muito importante, não há católico de verdade sem oração!

Pois bem, neste Natal façamos a vontade de Jesus: ofertemos a eles outras almas.

Fale de Jesus a um amigo a uma amiga, convide-o para assistir a Missa das 21h do dia 24/12 na Igreja Matriz São Sebastião, coloque uma mensagem sobre Jesus em seu Orkut, Twitter ou Facebook, enfim, busque mais uma alma para Jesus, assim estaremos conferindo o verdadeiro sentido de um Natal Cristão!

São Josemaría Escrivá
Por fim, ouçamos São Josemaría Escrivá, Fundador do OPUS DEI, nestas páginas de “É Cristo que Passa”, 3ª ed. São Paulo: Quadrante, 2009, ponto 21:Recordar a um cristão que a sua vida não tem outro sentido senão o de obedecer à vontade de Deus não é separá-lo dos outros homens. Pelo contrário: em muitos casos, o mandamento recebido do Senhor de que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou cumpre-se vivendo junto dos outros e tal como os outros, entregando-nos ao serviço do Senhor no mundo, para dar a conhecer melhor a todas as almas o amor de Deus; para lhes dizer que se abriram os caminhos do divino na terra.

O Senhor não se limitou a dizer que nos amava, mas demonstrou-o com obras. Não nos esqueçamos de que Jesus Cristo encarnou para nos ensinar, para aprendermos a viver a vida dos filhos de Deus. Recordai o preâmbulo do evangelista S. Lucas nos Actos dos Apóstolos: Primum quidem sermonem feci de omnibus, o Theophile, quae coepit Jesus facere et docere, falei de tudo o que mais notável fez e pregou Jesus. Veio ensinar, mas fazendo; veio ensinar, mas sendo modelo, sendo o Mestre e o exemplo, com a sua conduta. Agora, diante de Jesus Menino, podemos continuar o nosso exame pessoal: estamos decididos a procurar que a nossa vida sirva de modelo e de ensinamento aos nossos irmãos, aos nossos iguais, os homens? Estamos decididos a ser outros Cristos? Não basta dizê-lo com a boca. Tu - pergunto-o a cada um de vós e pergunto-o a mim mesmo - tu, que por seres cristão estás chamado a ser outro Cristo, mereces que se repita de ti que vieste facere et docere, fazer tudo como um filho de Deus, atento à vontade de seu Pai, para que deste modo possas levar todas as almas a participar das coisas boas, nobres, divinas e humanas, da Redenção? Estás a viver a vida de Cristo na tua vida de cada dia no meio do mundo?” (grifos meus)

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