Morte e fé: José Alencar


Morreu agora à tarde o ex-vice-presidente da República José Alencar, depois de uma luta hercúlea de mais de 13 anos contra o câncer. Este brasileiro único deixou-nos alguns legados. Falarei sobre sua .

Desdemuito tempo a doença de José Alencar é um fato público no Brasil, o ex-vice não escondeu de ninguém a sua doença grave, tratava-a de forma natural, e se escudava em seus médicos e na sua inquebrantável em Deus. Soube viver e soube morrer, quiçá nós pudéssemos aprender algo de suas lições sobre vida e morte.

Num mundo onde negamos a morte a todo o momento, onde vivemos fingindo que a morte atinge o “outro”, o exemplo de José Alencar grita aos olhos. “Deus me levará a hora que ele quiser” – dizia ele constantemente em meio àquele olhar dócil. a sua justifica e fundamenta tamanhanaturalidadediante do grande drama de toda existência humana: a morte.

José Alencar também me fez lembrar o falecido, governador de São Paulo, Mário Covas, que morreu enfrentando publicamente sua doença, dizia Covas: “Deus meu deu a vida, portanto, a ele cabe decidir a hora que me tirará” – lutou até o fim mais ou menos na mesma linha serena de José Alencar. Não por acaso, ambos são homens públicos de rara envergadura ética. Verticais em suas condutas!

Nestas ocasiões lembro sempre de meu querido pai, que também definhou nas mãos de um câncer cruel e morreu serenamente, aceitando-0 como condição insuperável. A não suprime as dores do ser humano, mas a sentido à vida e ao sofrimento, este é o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Uns aprendem e vive na carne esta realidade – José Alencar, Mário Covas e Jorge Nogueira, quão belos são! Outros negam-na, e empobrecem a morte e, sobretudo a vida. Deus tenha misericórdia de nós!

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