Ronaldinho e a avareza

Chamou-me a atenção a coluna do flamenguista Renato Maurício Prado (RMP), publicada no GLOBO de sábado agora, 23/01/11, pág., 5 do Caderno de Esportes, intitulada “Escravos da grana”.

RMP fala sobre a saga envolvendo a contratação de Ronaldinho pelo Flamengo, e, sobretudo a participação de seu irmão e empresário, Assis, na negociação. RMP lembra que Ronaldinho chegou a postar em seu site que a sua vontade era voltar para o Grêmio, porém isto não ocorreu.

Contrariando o discurso padrão dos pragmáticos (quanto mais dinheiro melhor), o incorrigível flamenguista e colunista do GLOBO, lembra que muito embora milionários estes jogadores (Ronaldinho, Ronaldo etc.) não possuem o domínio de suas vidas, são enfim, ESCRAVOS do dinheiro. Ou nas belíssimas palavras do próprio RMP: “Costumam repetir, no linguajar dos boleiros, que estão ‘financeiramente realizados’. Mas, concluo eu, nem por isso libertos. Continuam escravos da grana. Que sina...”

É aqui que meto meu nariz.

Nós cristãos sabemos, porque São Paulo Apóstolo nos ensinou na Carta aos Gálatas que  “É para  a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão” (Gal 5,1).

De que escravidão está a falar São Paulo? Da escravidão do pecado. O pecado nos escraviza e Cristo veio nos libertar deste pecado. É o pecado da avareza que está a “escravizar” Ronaldinho como sabiamente intuiu Renato Maurício Prado. Ronaldinho tem dinheiro, mas não tem liberdade, nem mesmo liberdade para escolher o seu Grêmio para jogar, e não tem porque está submetido ao jugo do pecado, o pecado da avareza. Terá o dinheiro, mas será que terá a felicidade, submetido que está ao pecado da avareza?

Não é à toa que Jesus desde o princípio alertava os seus discípulos para este perigo, senão vejam o Sermão da Montanha em MT 6, 24: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedica-se a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”.

Olhe bem querido leitor, que não estou a falar aqui somente de riqueza material, pobre também podem ser avarento, Jesus está a falar do egoísmo no uso dos bens.

O que Assis, irmão e empresário fez, foi leiloar a liberdade de Ronaldinho. Assim como os escravos de outrora, Ronaldinho é o retrato vivo dos escravos do presente, os escravos da avareza, do DINHEIRO!