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Mostrando postagens de outubro, 2011

"Contra um mundo melhor"

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Acabei de ler estes dias o livro “ Contra um mundo melhor – ensaios do afeto ” do filósofo Luiz Felipe Pondé, que também é colunista da Folha de São Paulo, onde escreve todas às segundas-feiras. Pondé é um desconstrutor da hipocrisia da sociedade atual. Bate em tudo com uma verve saborosa e rica. O livro reúne parte do seu trabalho publicado na Folha. É ótimo. Cito: “A intimidade só existe quando há invasão do outro. Acho muito engraçado quando os arautos da chamada “ética da alteridade” (o respeito ao “outro” como pilar das relações humanas” querem contaminar a promiscuidade da vida sexual e amorosa com esse papo de respeito ao outro. Quando você respeita o outro, é porque já ficou indiferente a ele. Quando amamos e desejamos, violamos. E ela pede mais. O mundo melhor com o qual os idiotas sonham é um mundo sem amor e sem desejo” Pág. 79. Cito: “Humildade é a grande virtude de Davi, motivo pelo qual é chamado de o “predileto de Deus”, porque pensa com o coração e por isso o tem no ...

Sêneca no Brasil

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Convidado pela FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo, o filósofo Sêneca esteve no Brasil está semana, e num intervalo de uma agenda super requisitada, falou brevemente ao jornal Idéias . Idéias – O que o trouxe ao Brasil? Sêneca – Vim falar a um grupo de empresários sobre a importância de uma reflexão filosófica na gestão de negócios. Desenvolvimento e filosofia de vida andam juntos. Num mundo tão massificado por verdadeiros workaholics é necessário refletir sobre onde queremos chegar e como. Essa é a contribuição que um idoso filósofo veio tentar ofertar aos empresários brasileiros. Idéias – O senhor acha que ainda há espaço para filosofia no mundo atual? Sêneca – Evidente que sim. O homem desde os pré-socráticos reflete sobre o significado da vida e o seu significado no mundo. A filosofia objetiva entender o mundo e salvar as pessoas do medo da existência. Agimos impulsionados pelo medo: medo de envelhecer, medo de adoecer, medo de não ser aceito pelo outro, medo de...

A sociedade do medo

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Estamos em plena vigência da pandemia do medo na sociedade . Vivemos com medo de tudo . Evoluímos tecnologicamente e curiosamente aumentou o nosso medo . Temos medo da violência , medo de ter filhos , medo da perda do emprego , medo dos hackers , me do das bactérias , dos vírus desconhecidos , da carne aviária , do aquecimento global , do efeito estufa , da camada de ozônio , do tabaco , da velocidade dos carros , da AIDS , do colesterol alto , da pressão alta , do excesso de açúcar , da obesidade , enfim , até mesmo medo do outro . O medo é difundido na internet , nas revistas e nos jornais . Hoje mesmo (16/10) o GLOBO publica uma reportagem dizendo que “ panela mal conservada” pode contaminar os alimentos e levar a doenças como o Mal de Alzheimer. Evidente que não tenho a solução para tanto medo , afinal também estou com medo . João Paulo II no início de seu pontificado em 1978, disse: “ não tenham medo !” da janela de seu...

O Fred vai te pegar

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Quem ama o fluminense e frequenta a arquibancada sabe o que significa esta frase para torcida tricolor: “o Fred vai te pegar!” cantada com o peito repleto de paixão pela torcida sem igual. Frederico Chaves Guedes, o mineiro Fred chegou ao flu em 2009 vindo do Lyon da França. Jogador da seleção brasileira de 2006, sempre exerceu no flu a função de líder inconsteste. Devemos essencialmente a ele termos escapados do rebaixamento em 2009, quando Fred liderou uma série totalmente improvável de mais de sete vitórias consecutivas na reta final do brasileirão. Até hoje o time é chamado de “guerreiro” por causa daquela épica campanha. Fred fez de tudo, o principal, gols e mais gols. Com ele fomos tricampeões brasileiros em 2010, ainda que não tenha jogado muito em 2010, sempre foi reconhecido pelo grupo o nosso grande líder. Sofreu com seguidas contusões no flu, mas após o seu retorno à seleção brasileira, pelas mãos de Mano Menezes, voltou a ser o nosso Fred de 2009. Nós tricolores temos u...

Ondina minha filha

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Ondina é empregada doméstica das boas, sem trocadilho . Dedicada ao serviço , atenciosa , quase não falta ao trabalho . Ondina trabalha há mais de 22 anos na casa de dona Valdeth. Literalmente , ajudou a patroa criar os filhos dela, quatro , dois casais , uma vez que o marido de dona Valdeth sempre trabalhou viajando pelo país e pelo mundo . Ondina se adaptou bem as tecnologias atuais , gosta de computador e adora celular . Ondina usa tanto celular que trabalha com fones de ouvido . Isto é, ou está escutando música ou está atendendo ligação , que não param de tocar . Dona Valdeth se sente incomodada com os fones de ouvido em Ondina, porém , para evitar atritos , aceita a tal da modernidade em sua dedicada empregada . Os poucos minutos em que Ondina fica sem usar a praga do fone de ouvido a coisa parecem que pioram, porque o celular toca sem parar , o que irrita ainda mais dona Valdeth. Ondina minha filha! – exclama dona...

Steve Jobs - o caminho do amor

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O interessante discurso de Steve Jobs para os formandos da conceituada e prestigiada Universidade de Stanford nos EUA, nos dá a exata dimensão da complexidade de uma vida humana profissionalmente exitosa. Steve Jobs foi oferecido à adoção por sua mãe biológica que queria vê-lo adotado por alguém tivesse curso superior. Os pais adotivos que estavam na fila de adoção em busca de uma menina, receberam a notícia que a bola da vez era um menino. Aceitaram e adotaram Steve Jobs. No entanto, com o passar dos anos a mãe biológica de Jobs descubriu que os pais adotivos também não detinham curso superior. Negou-se a assinar a adoção, até que foi convencida pelos pais adotivos que se comprometeram a formar Jobs em curso superior. Jobs entrou para universidade, no entanto, os custos eram altíssimos, o sacrifício dos pais era demasiado, e as aulas não interessavam a Jobs. Moral da história: Jobs abandonou a universidade e nunca se formou. Como ele mesmo frisou neste memorável discurso, − segui ...

Facebook e as amizades

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O filósofo alemão Immanuel Kant de passagem pelo Brasil foi convidado a gravar o programa Roda Viva da TV Cultura . Antes da gravação , porém , gentilmente respondeu perguntas formuladas pela Revista Filosofia . Revista Filosofia : ─ De que maneira você compreende a questão da amizade que tanto se vê hoje nas redes sociais ? Kant – Penso que o que se dá via estas redes sociais não pode ser necessariamente chamado de amizade . A amizade pressupõe a meu ver o encontro pessoal e real entre as pessoas . Amizade virtual como o próprio nome diz é irreal . Se conheço uma pessoa , converso com ela , divido com ela minhas angústias e alegrias , posso vir a ser amigo dela no facebook. Porém , se só a conheço via facebook penso tratar-se de qualquer outra coisa , menos amizade, pelo menos por enquanto. Amizade é um encontro de corpo e mente , de olho no olho , e isto não ocorre nas redes sociais , pelo menos que eu saiba o com...