Filme - Habemus Papam
Não consegui assistir no cinema o filme "Habemus Papam" do cineasta italiano Nanni Moretti.
Esta semana vi em DVD. Sabe o que achei? Fraquinho. Até pensava que o filme poderia dar liga já que em notas se dizia que o filme tratava de um suposto tratamento psicanalítico de um papa eleito. De fato, no início há um diálogo interessante (o único) entre um psicanalista e o secretário do papa eleito, onde fica de forma engraçada e patente, as diferenças de mundo entre a fé e a psicanálise. O filme se desenrola a partir de uma "síndrome de pânico" que acomete Melville (o cardeal eleito) papa quando de sua apresentação na sacada do Vaticano aos fiéis, após eleito.
Melville se recusa a apresentar-se ao fiéis e a partir daí, a pretexto de um tratamento de psicanálise extra muros do Vaticano, fica ele vagando pela cidade e repensando sua vida e sua condição de papa eleito. Daí até o final do filme nada de interessante acontece, e os diálogos em sua maioria são fracos. As sátiras com a "prisão" dos cardeais, que ficam incomunicáveis diante da ausência do novo papa são em sua maioria de pouca inspiração.
O final do filme também me parece pouco criativo. No fundo no fundo, o filme é uma crítica mundana à Igreja e sua "teimosia" em acreditar no mistério dos desígnios da eleição de uma papa, um homem comum que se torna representante de Deus na terra. É deste mistério inefável que o filme quer falar e satirizar. Faltou competência e até mesmo elegância, talvez porque eu esteja acostumado com Woody Allen.
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