Série "Os filósofos e Deus - FREUD"
Sigmund Freud (1856-1939), é o fundador  da moderna  psicanálise . É dele a afirmação: “Deus  é uma ilusão  infantil ”, Freud tenta  apresentar  uma concepção  científica  do mundo  para  substituir  a religião , substituindo a idéia  de Deus  pela  ciência . Para  ele  o ser  humano  é um  ser  instintivo , condicionado que  está pelos  seus  instintos  e impulsos , e pelo  chamado “princípio  do prazer ”. 
De um  lado , a criança  teme o pai ; de outro , sabe que  pode contar  com  ele  para  sua  defesa  contra  os perigos . Transportando esta projeção  para  a natureza , o homem  olha-a como  um  pai  todo-poderoso , que  chama  Deus  ou  deuses . Por  isso  a religião  é a perpetuação do infantilismo  na vida  humana . O homem  desamparado  busca  um  pai  benévolo . (Cf. Urbano  Zilles. Filosofia  da Religião . 5ª ed. São  Paulo: Paulus, 2004. p. 139).
O eixo central da psicanálise freudiana é o complexo de Édipo. Por tal expressão denomina-se um conjunto de relações que vinculam a criança a seus pais. Essas relações, segundo Freud, constituem o núcleo central de sua personalidade e seu desenvolvimento irregular seria o principal responsável pelas neuroses e psicoses.
A tarefa da terapia psicanalítica consiste em não negar os afetos neuróticos, mas interpretá-los como repressões e trazê-los à consciência do paciente, ema ação conjunta entre o paciente e o terapeuta, mediante a chamada “aliança terapêutica”. Sem censura, o paciente narra ao terapeuta os dramas que o atormenta, e através do processo terapêutico conduzido pelo analista o paciente aprende a conhecer-se em sua profundidade e em sua superficialidade.
Segundo Freud, a religião seria então um mosteiro para o qual o ser humano foge da dura realidade, escondendo-se num mundo ideal da infância, evitando assim a se submeter a um processo de descoberta de si mesmo, neste sentido a religião é um aspecto neurótico da cultura, que nega o desejo humano de saber não lhe proporcionando um consolo autêntico. 
O crente renuncia aos seus impulsos, renúncia que é a maior que se lhe podia exigir. (Cf. Urbano Zilles, op. cit. p. 147).  A psicanálise de fato, poderá curar sentimentos neuróticos de culpa, poderá curar doenças psicossomáticas, mas não responderá a questões últimas como o sentido da vida ou o absurdo da vida, assim como não curará alguém que fraturou o tornozelo.

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