A eternidade

Esta semana li uma publicação no Blog Visão Cristã, de Dom Henrique Soares da Costa, Bispo auxiliar de Aracaju-SE, sobre a comemoração da memória litúrgica de São Luis de Gonzaga, um santo da Igreja Católica falecido no século XVI, mais exatamente em 21/06/1591.

São Luis de Gonzaga era nobre, herdeiro do feudo soberano de Castiglione; seu pai gostaria que seu primogênito seguisse seus passos de soldado e comandante no exército imperial, porém, São Luis preferiu seguir a vida sacerdotal.

Sabe o que mais me chamou a atenção na história de vida de São Luis Gonzaga? Era a pergunta que se fazia cotidianamente diante de algo importante que tivesse que fazer: "DE QUE SERVE ISTO PARA A ETERNIDADE?"

Pergunta sem sentido no mundo atual, não? Será que você e eu caro internauta, também nos fazemos esta pergunta nos dias atuais? O que você e eu esperamos da eternidade? Nós ainda acreditamos na eternidade da vida ou somente neste nosso episódico existir? Tudo acaba aqui neste momento agora vivido, por exemplo, nestes 70, 80 ou até mesmo 90 anos de uma vida possível, e fim... chocho assim?

Tenho a impressão de que perdemos o sentido exato do que seja a ETERNIDADE DA VIDA. Depois dos versos de Vinicius de Moraes, “o amor é eterno enquanto dure”, tudo se esvaiu numa meteórica vivência momentânea. O que vale é o aqui e agora. Se estou feliz agora está bom, pouco me importa o amanhã, e mais, ainda que isto se de à custa da infelicidade do outro.

Ao perdermos o contato com a ETERNIDADE DA VIDA abrimos mão de muitos valores e virtudes importantes: paciência, perseverança, constância, generosidade, magnanimidade, temperança, amorosidade etc. Enfim, ficamos mais embrutecidos, mais imediatistas, mais egoístas, mais egocêntricos, tudo passou a girar em torno do MEU EU, do MEU UMBIGO.

Somos uma geração UMBIGOCÊNTRICA!

Tornamo-nos mais felizes ao ignorarmos a pergunta de São Luiz de Gonzaga? Tenho para mim que não. O homem quando separado do ETERNO, do ABSOLUTO, se apequena, se amesquinha, torna-se se capaz dos mais absurdos gestos em nome dos “interesses” de sua vida, dane-se os outros!

Daí a afirmação esdrúxula do existencialista SARTRE, “o inferno são os outros”. Sim, sob a ótica de que viver a vida é tudo gozar, tudo permitir, tudo realizar, tudo fazer e desfazer em nome do meu ÚNICO DESEJO é claro que os outros de fato podem ser uminfernopara mim.

Precisamos refazer as GRANDES PERGUNTAS de nossas vidas.

É neste particular que me parece oportuna a lembrança da grande questão levantada por São Luis de Gonzaga, um nobre que se fez servidor, "DE QUE SERVE ISTO PARA A ETERNIDADE?". Noutro dizer: os modos como eu estou tratando as pessoas que eu amo, DE QUE SERVE ISTO PARA ETERNIDADE? Como estou atuando no dia a dia de meu trabalho, DE QUE SERVE ISTO PARA ETERNIDADE? Qual a importância dos amigos em nossas vidas, DE QUE SERVE ISTO PARA ETERNIDADE? A busca do dinheiro e do poder cada dia mais como sinal de importância única de minha vida, DE QUE SERVE ISTO PARA A ETERNIDADE?

Enfim, que aprendamos com São Luis de Gonzaga como é pouca a vida terrena, e como é grande o divino; como é breve o tempo e como é duradouro o ETERNO!

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