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Mostrando postagens de junho, 2012

Orfandade - Adélia Prado

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"Orfandade" Meu Deus me dá cinco anos Me dá um pé de fedegoso com formiga preta, me dá um Natal e sua véspera, o ressonar das pessoas no quartinho. Me dá a negrinha Fia para eu brincar, me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe. Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável, me dá a mão, me cura de ser grande, ó meu Deus, meu pai, meu pai. ADÉLIA PRADO - in "Poesia reunida"

Tornar-se cristão - Bento XVI

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"Tornar-se cristão não é algo que deriva de uma minha decisão: 'agora faço-me cristão'. Sem dúvida, também a minha decisão é necessária, mas sobretudo é uma ação de Deus comigo: não sou eu que me faço cristão, mas eu sou assumido por Deus,  guiado pela mão por Deus, e assim, dizendo 'sim' a esta ação de Deus, torno-me cristão. Tornar-se cristão, num certo sentido, é 'passivo': eu não me faço cristão, mas é Deus quem me faz um homem seu, é Deus quem me toma pela mão e realiza a minha vida numa nova dimensão" - Papa Bento XVI - "A escolha entre mentira e verdade". L'Osservatore Romano, 16/06/2012, p. 6.

Recompensar

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O verbo recompensar nunca esteve tão na moda. Nossos relacionamentos primam pela idéia da recompensa, haja vista uma sociedade marcadamente competitiva. Não podemos perder tempo com relacionamentos ou atitudes que não nos levem a uma recompensa. Dar sem recompensa é algo impensável. Vemos tudo sob a ótica da recompensa. Diz o Aurélio eletrônico; “A medalha recompensará sua bravura”, “Os lucros atuais não recompensam o risco”, “A família não recompensava a sua dedicação”. A idéia de recompensa na sociedade pós-moderna tem um nítido sentido humano e mundano, ou seja, é no mundo em que vivemos e nessa vida circunstancial que devemos esperar a nossa recompensa. Plantamos aqui e colhemos aqui, ou não. É dando que se recebe, assim traduzimos literalmente o pensamento de São Francisco de Assis. Será que existe uma verdadeira recompensa ou todas as recompensas são relativas? Como podemos articular recompensa e ocultamento? Pode haver relacionamentos sem recompensa? Todas essas pe...

O homem em oração - Bento XVI

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Acabei de ler da editora Quadrante, o livro “O homem em oração – alocuções sobre a prática da oração cristã”, que reúne as catequeses do Papa Bento XVI sobre a oração proferidas nas audiências de quarta-feira entre maio de 2011 e março de 2012. A Quadrante como sempre prestando valioso serviço à sociedade. O livro praticamente é um curso sobre oração pregado pelo próprio Papa, desde as orações nas religiões pagãs, passando pelo Antigo Testamento, até atingir o ápice no Novo Testamento. Destaco da última catequese do livro, “o silêncio de Cristo”, esta bela passagem de Bento XVI: “Percorrendo os Evangelhos, vimos como o Senhor é, para a nossa oração, interlocutor, amigo, testemunha e mestre. Em Jesus revela-se a novidade do nosso diálogo com Deus: a oração filial, que o pai espera de seus filhos. E de Jesus aprendemos como a oração constante nos ajuda a interpretar a nossa vida, a fazer as nossas escolhas, a reconhecer e acolher a nossa vocação, a descobrir os talentos que Deu...

O poeta Afonso Romano Sant’Anna em Paraíba do Sul

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Estive participando agora à noite em Paraíba do Sul do “III Fórum Regional de Cultura”, que envolve os municípios de Três rios, Paraíba do Sul, Areal, Sapucaia e Comendador Levy Gasparian. O fórum é um já tradicional evento realizado pelo SESC Rio de Janeiro, com apoio também da Cia do Livro. A programação é extensa, desde apresentação de escolas de dança, arte, palestras, oficinas desenho, cinema, gravura etc. O tema deste ano é “A arte entre o popular e o erudito”. Hoje à noite no Theatro Municipal Mariano Aranha, o poeta Afonso Romano Sant’Anna (FOTO DO LOCAL) foi convidado a falar sobre “O que é ter um estilo?”. Falou de forma maravilhosa por mais ou menos 50 minutos, seguidos de quase 1h30 de perguntas e debates. Um sucesso de público e interesse. Destaco as seguintes passagens de Afonso Romano; “o ato de escrever é sempre uma resposta para dentro, uma busca de identidade pessoal. No mundo atual muitas vezes estamos escrevendo para fora, para o mercado, o que é rui...

Desejo de Deus - Diálogo entre psicanálise e fé

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"A fé autêntica do ser humano adulto deverá assumir o inconsciente, ou assumir suas dúvidas, admiti-las. Toda fé que reprima a dúvida é uma fé infantil; não consegue chegar a ser adulta. Por isso, a fé amadurecida vai admitir a dialética nosso nosso interior; entre a nossa parte que acredita e a nossa parte que duvida. Todos têm uma boa dosagem de ateísmo; o perigo está em fazê-lo desaparecer no inconsciente, deixando para o consciente apenas as nossas mais firmes convicções" Juan Guillermo Droguett , " Desejo de Deus - Diálogo entre psicanálise e fé ", p. 135/136.

Esperar

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‎"Vivemos numa era em que 'esperar' se transformou num palavrão. Gradualmente erradicamos (tanto quanto possível) a necessidade de esperar por qualquer coisa, e o adjetivo do momento é 'instantâneo'. Não podemos esperar mais gastar meros 12 minutos fervendo um panela de arroz, de modo que foi criada uma versão de dois minutos para microondas. Não podemos ficar esperando que a pessoa certa chegue, de modo que aceleramos o encontro..." Laura Potter, apud Zygmunt Bauman, " A arte da vida " pág. 13.

O cristianismo religião da confiança

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"Talvez o homem de hoje não sinta a beleza, a grandeza e conforto profundos contidos na palavra 'pai' com a qual podemos dirigir-nos a Deus nas oração, porque hoje em dia a figura paterna com frequência, não está suficientemente presente, e também muitas vezes não é suficientemente positiva na vida cotidiana". Papa Bento XVI  

Mysterium fidei - eucaristia

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"Portanto, não basta afirmar que Cristo está no pão ou está no vinho; é necessário afirmar que Cristo é o pão e Cristo é o vinho e naquelas espécies consagradas já não há realmente pão e vinho; nada há que não seja o Cristo Senhor, morto e ressuscitado. Imenso mistério! Mistério de amor! Mysterium fidei – mistério da fé!" - Dom Henrique Soares da Costa

Calar e esconder-se é próprio do escritor - César Aira

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"Desconfio de pessoas que falam demais, políticos, pregadores, e dos que se exibem e dão lições. Acredito que a literatura é o contrário do charlatanismo e do exibicionismo. Calar-se e esconder-se é mais próprio do escritor, mais eficaz para sua prática" César Aira - escritor argentino  — em  Ed Zanatta

O livro e sua discrição - César Aira

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"Eu me desvencilho do livro assim que ele é publicado e prefiro que o editor não faça nada por sua difusão. O melhor dos livros é sua discrição, sua paciência para esperar o leitor, ainda que isso demore muitos anos". César Aira - escritor argentino  — em  Ed Zanatta

Corpus Christi

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"A procissão do Corpo de Deus torna Cristo presente nas ruas e cidades do mundo. Mas essa presença não deve ser coisa de um dia, ruído que se ouve e se esquece. Essa passagem de Jesus lembra-nos que devemos descobri-lo também nas nossas ocupações habituais. A par da procissão solene desta quinta-feira, deve avançar a procissão silenciosa e simples da vida comum de cada cristão" - São Josemaria Escrivá - "É Cristo que passa - homilias"

Eu sou o que consumo

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Esta semana a Globo News da Sky está reprisando uma entrevista de janeiro de 2012, com o sociólogo polonês radicado na Inglaterra, Zygmunt Bauman, que é uma verdadeira aula sobre a sociedade atual, para muitos pós-moderna, para Bauman, uma “modernidade líquida” em contraposição a uma outrora modernidade sólida, onde as coisas eram permanentes. Bauman ensina que hoje “somos aquilo que compramos, ou consumimos”, não importa mais “ser alguém”, não buscamos mais a identidade naquilo que somos como seremos humanos, porque só se é mediante o consumo. Eu sou aquilo que compro (carro, roupas, celulares, viagens). Segundo ele é uma verdadeira “orgia consumista”. Daí Zygmunt Bauman falar na fluidez da vida que é uma modernidade líquida. Nada mais é permanente, nem os bens nem as relações entre as pessoas, o sólido não conserva mais a forma por muito tempo, tudo se esvai. No que tange a internet e as redes sociais Bauman nos fala sobre um verdadeiro “strip-tease espiritual público”....

Mestrado em Direito Tributário - UCAM-RIO

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Há onze anos concluía o Mestrado em Direito Tributário da UCAM-RIO. Em minha banca, da esquerda para direita, Prof. Paulo de Barros Carvalho (Emérito da PUC e USP) ao meu lado, o meu orientador Prof. Adilson Rodrigues Pires (UERJ e UCAM) e o Prof. Ricardo Lobo Torres (UERJ e UCAM). Minha dissertação intitulada "Fundamentos do Dever tributário" recebeu nota máxima da banca, e foi publicada em 2002 pela Del Rey de Belo Horizonte, com o mesmo nome. Prof. Adílson sabia da minha ligação com o pensamento carvalheano e não mediu esforços para que Paulo de Barros Carvalho viesse ao Rio para me avaliar. Foi uma tarde linda e inesquecível, coroada ao final com a companhia do Prof.  Paulo até o aeroporto Santos Dumont, onde fui levá-lo.