O que é a mulher?
Diz o lugar-comum que o homem metaforicamente é um painel de um fusca 1960 com um único botão: liga e desliga. E a mulher é um painel de um Boeing 737 todo iluminado com seus milhares de pontos, qual apertar, ou não apertar?
Para colocar mais lenha nessa fogueira, esta semana o premiado cientista britânico, considerado um dos maiores gênios da atualidade, Stephen Hawking, indagado sobre qual o maior mistério da vida neste planeta, sem titubear respondeu: a mulher.
Se o autor de “Uma breve história do tempo”, que literalmente, com seus estudos mudou completamente o conhecimento que temos do Universo, ao lançar luzes sobre a origem do Cosmos e seu futuro, os buracos negros e a cosmologia quântica, diz que a mulher é o maior mistério para ele, quem sou eu para discordar.
Aqui em casa vivo em meio a três mulheres. Assim como Hawking sei bem pouco sobre elas, senão que sou amado. Para mim é o necessário e para lá de suficiente. Quando chamado a tomar decisões geralmente dou um jeito de colocar elas entre elas e saio de fininho...
Certa feita, uma aluna minha na UCP me contou feliz que estava namorando. Ele era de uma cidade um pouco distante. Ela reclamava que não ia vê-lo no final de semana e que desejaria muito isto. Eu tentando ajudar, opinei: - mande ele vir para Petrópolis ué. E ela: - “Professor! As coisas não podem ser assim, tem que ter paciência, um dia ela virá”. Ela só queria me falar. Elas são assim, nos cercam de mansinho e nos ganham na persistência.
Nélson Rodrigues (“O reacionário – memórias e confissões” Rio de Janeiro: Agir, 2008, p.130/131), nosso maior dramaturgo e profeta tricolor, conta-nos que uma estagiária de um jornal foi designada para entrevistar um milionário paulista sobre um tema específico: uso da pílula. Como o homem tinha apartamento no Rio foi fácil.
“A menina não pensou duas vezes. Discou. Mas houve a coincidência – dez minutos antes do telefonema ou, senão, dez minutos, meia hora antes, o industrial tivera um enfarte brutalíssimo. O Pró-Cardíaco estava lá. Na tenda de oxigênio, o doente tinha o olho enorme e fixo de terror. O médico já cochichara: - “Grave.” Foi neste momento, com o homem estrebuchando na tenda, que tocou o telefone. As pessoas andavam descalças e explico: - o rumor de passos aumentava os padecimentos do enfartado. O filho se arremessou para o telefone: - “Alô, alô”. E a estagiária: - “É da residência do Sr. X? Aqui é do jornal Z. Podia chamar o Sr. X?” O rapaz explica, baixinho e espavorido: - “Minha senhora, o Sr. X teve um enfarte, acaba de ter um enfarte.” A outra não se deu por achada: - “Então, quer me fazer um favor?” Vai lá e pergunta o que é que ele acha da pílula.” O filho, aterrado, balbuciou: - “Mas o Sr. X teve um enfarte!” e a estagiária: - “Eu espero”.
As mulheres são assim, missão dada missão cumprida, elas são ademais de tudo: persistentes.
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